Estatísticas

domingo, 25 de outubro de 2009

O motor 1.8 da GM está a um passo de deixar de ser utilizado para equipar os veículos Fiat.


Depois que a “união” entre GM e Fiat foi desfeita, a montadora italiana se viu obrigada a buscar uma alternativa para equipar seus veículos. Levou algum tempo, mas uma solução foi encontrada.

Em 12/03/08 foi anunciado em Curitiba por Franco Ciranni, Diretor da Fiat Powertrain Technologies, o acordo firmado entre Fiat e Chrysler nos Estados Unidos que resultou na compra da Tritec Motors, localizada na região metropolitana de Curitiba, mais precisamente em Campo Largo.

A Tritec, que havia parado sua produção de motores de combustão em 2007 pouco antes do fim da “união” em outras duas montadoras. Ela tinha sido criada nos anos 90, em parceria com a BMW e Chrysler, mas as coisas ficaram conturbadas quando a Chrysler foi comprada pela Mercedes-Benz, rival da BMW. Funcionários foram demitidos e aproximadamente 80 deles permaneceram basicamente efetuando atividades de manutenção.

A fábrica que se originou justamente de uma joint-venture entre estas duas montadoras, possui capacidade de produzir cerca de 400 mil motores/ano e está sendo reativada pela Fiat com previsão de início da produção no primeiro semestre de 2010.

"Nesta nova fase, as pessoas que saíram e quiserem voltar serão recontratadas prioritariamente", garantiu Ciranni. Todos os funcionários deverão passar por um treinamento prévio antes de iniciar suas funções. A fábrica terá 500 empregados diretos e 1,5 mil indiretos, sendo que receberá cerca de R$ 250 milhões em investimentos. É previsto ainda um faturamento de R$ 1,2 bilhões/ano, com geração de R$ 150 milhões de impostos.

Mas não é somente a captação de recursos humanos a única preocupação da Fiat neste momento. Desde abril de 2008, a FPT (Fiat Powertrain Technologies) começou a integrar departamentos com a Tritec. No fim do ano passado o plano era ter o maquinário totalmente operante e que no meio de 2009 a produção estivesse sendo feita em larga escala.
Contudo, os motores Tritec só funcionavam com gasolina. E é gasolina pura, não a nossa, misturada com álcool, pois os motores que eram feitos lá equipavam modelos da BMW, da MINI, o Chrysler PT Cruiser, por exemplo, e até então eram apenas dois modelos: 1.4 de 16 válvulas e 75 cavalos e 1.6 de 16 válvulas e 90 ou 115 cavalos. Foi também feito um 1.6 com supercharger de 163 cavalos, mas que foi abandonado. Desta forma, eles tiveram de ser adaptados para o uso Flex.
Como o motor 1.8 da GM continua sendo utilizado para equipar alguns modelos da Fiat, uma variação 1.8 de 16 válvulas estava sendo desenvolvida justamente para eliminar essa dependência que hoje a Fiat ainda mantém com a ex-parceira.
A montadora italiana chegou ao topo do ranking de vendas no Brasil há três anos, e também quer ser líder no setor de motor e câmbio, passando a VW. Passar a empresa alemã neste sentido não será tarefa fácil!
O primeiro passo nesse passo foi dado com o compra da Tritec, porém esta será a quarta fábrica de motores e transmissões da Fiat na América do Sul - há uma em Betim (MG), outra em Sete Lagoas (MG) e uma terceira em Córdoba, na Argentina. "Queremos nos transformar na primeira fábrica de motores da América do Sul até 2010, com a produção de 1,3 milhões de unidades", afirmou Ciranni.

Esta será a quarta fábrica de motores e transmissões da Fiat na América do Sul - há uma em Betim (MG), outra em Sete Lagoas (MG) e uma terceira em Córdoba, na Argentina. "Queremos nos transformar na primeira fábrica de motores da América do Sul até 2010, com a produção de 1,3 milhões de unidades", afirmou Ciranni. Segundo ele, a fábrica paranaense terá os motores destinados ao mercado interno e externo. "Vai atender a Fiat, mas também outros clientes", salientou. Ciranni disse que dará continuidade aos motores para BMW, que já eram produzidos na Tritec, e introduzirá novas famílias nas versões gasolina e flex.

Por Rogério Câmara
Coordenador da Engenharia da Qualidade e Desenvolvimento de Produto
Professor de Graduação em Gestão da Qualidade e Administração da Produção
Consultor em Técnicas de Engenharia, Qualidade, Marketing e Meio Ambiente

Rogerio Camara Pereira | Contato

Nenhum comentário:

Postar um comentário